Calendário baseado nos ciclos da Lua beneficia agricultores familiares do Paraná

Fotos: Guilherme Feliciano/Itaipu Parquetec

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Lançado pelo Projeto Semeando Gestão, iniciativa da Itaipu Binacional, Itaipu Parquetec, CCA-PR e governo federal, ferramenta orienta sobre o cultivo agroecológico

O projeto Semeando Gestão lançou, no último dia 15, o Calendário Biodinâmico, material de parede com espaço para anotações manuais, que orienta os agricultores familiares sobre os melhores períodos para plantio, poda e colheita com base nos ciclos da Lua. A entrega foi realizada em Cascavel (PR), durante uma visita técnica aos agricultores familiares do assentamento Valmir Mota de Oliveira, público-alvo da iniciativa que integra o escopo do Programa Itaipu Mais que Energia, alinhado às políticas agroecológicas nacionais.

A distribuição do calendário será feita por territórios, conforme o número de famílias cadastradas, e a versão digital está disponível no site: https://campanha.itaipuparquetec.org.br/calendario-semeando-2025/.

A atividade faz parte de um convênio firmado entre a Itaipu Binacional, o Itaipu Parquetec, a Cooperativa Central de Reforma Agrária do Paraná (CCA-PR) e o governo federal. O projeto amplia o acesso à produção agroecológica, potencializa a inclusão socioeconômica e reforça práticas sustentáveis no campo. São atendidas diretamente mais de 2.500 famílias paranaenses, além de mais de 31 cooperativas assessoradas, impactando diretamente 7,4 mil pessoas.

Lançamento do calendário, no dia 15 de abril.

O calendário é baseado nos princípios da agricultura biodinâmica, que busca criar um sistema agrícola autossustentável, em que solo, plantas, animais e pessoas interagem de forma harmoniosa, respeitando os ciclos da natureza e os ritmos astronômicos. “O lançamento do Calendário Biodinâmico não é apenas uma ferramenta de apoio ao agricultor, mas traz a valorização dos saberes tradicionais, combinados com práticas atualizadas de produção agroecológica”, disse o diretor de Coordenação, Carlos Carboni.

Para a agricultora familiar Eliane Balbinotti, o instrumento é uma ponte entre os saberes tradicionais e as práticas atuais. “Na lua minguante, por exemplo, plantamos raízes como mandioca e batata-doce. Também é o período ideal para podas, porque a planta sofre menos”, explicou.

O diretor de Tecnologias do Itaipu Parquetec, Alexandre Leite, afirmou que, passado um ano e meio desde seu início, o convênio é um sucesso. “Esse calendário é a materialização de tudo que tem sido feito. É importante exatamente por reunir essas três instituições: a CCA-PR, que conhece de perto as famílias, os produtores, as cooperativas; a Itaipu Binacional, com sua experiência de décadas em desenvolvimento territorial; e o Itaipu Parquetec, com toda a expertise em pesquisa aplicada, validação em campo e soluções tecnológicas”, afirmou.

A coordenadora da padaria Camponesa, local ligado à Cooperativa da Reforma Agrária e Agricultura Familiar (CopCraf), Joelma Gomes Queiroz, celebra o uso do calendário também na agroindústria. “A gente utiliza essas orientações, porque elas melhoram a qualidade dos produtos. Isso impacta diretamente no que produzimos, como doces e panificados”, afirmou. Segundo ela, a assistência técnica garantida pelo projeto – com apoio de um nutricionista e de uma engenheira de alimentos – tem sido essencial para manter os padrões de qualidade e boas práticas na produção.

Armelindo Maia.

O gestor do convênio Semeando Gestão pela Itaipu, Carlos Henrique da Silva Gonçalves, também relembra que a atuação da empresa na área rural começou com iniciativas voltadas à assistência técnica nos municípios lindeiros. Hoje, esse trabalho chega a agricultores familiares em todo o estado. “Nosso foco está em viabilizar economicamente essas propriedades, para que as famílias possam permanecer no campo com qualidade de vida, gerar renda e garantir a sucessão rural”, completou.

O agricultor familiar e representante da CCA-PR, Armelindo da Rosa Maia, relata a transformação que o convênio trouxe. “Voltamos a ter assistência técnica, e isso deu um salto de qualidade na organização e no planejamento da nossa produção. Queremos ir além dos programas institucionais e abrir novos horizontes de comercialização”, concluiu.

Por meio de ações integradas voltadas ao desenvolvimento técnico, organizacional e comercial das famílias assentadas, o projeto Semeando Gestão reforça a importância do fortalecimento das redes de cooperação e da valorização dos conhecimentos tradicionais no avanço da agricultura sustentável.

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